sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Situações satíricas

Sátira
É uma técnica literária ou artística que ridiculariza um determinado tema (indivíduos, organizações, estados), geralmente como forma de intervenção política ou outra, com o objectivo de provocar ou evitar uma mudança. O adjectivo satírico refere-se ao autor da sátira.

Técnicas satíricas mais utilizadas

  • Diminuição - Reduz o tamanho ou grandeza de algo de forma a tornar a aparência ridícula ou de forma a fazer sobressair os defeitos criticados. Por exemplo, quando alguém, num discurso político, decide chamar "bando de garotos" aos membros de outro partido, usa a diminuição. A primeira parte de As Viagens de Gulliver, passada na ilha fictícia de Liliput, é também uma sátira diminutiva.
  • Inflação - Quando se exagera, aumentando, algum aspecto da coisa satirizada. Tal como a diminuição, é uma forma de hipérbole (negativa no primeiro caso, positiva, no segundo). O exagero das dimensões de algo serve também para acentuar os defeitos daquilo que se pretende satirizar. Como exemplo desta técnica, podemos considerar a obra de Alexander Pope, The Rape of the Lock.
  • Justaposição - Coloca ao mesmo nível coisas de importância desigual, de forma a rebaixar algumas, supostamente "elevadas" ao nível de outras consideradas menos nobres. Por exemplo, quando alguém diz que as suas disciplinas preferidas na escola são Cálculo Diferencial, Física e "micar as gajas" (expressão usada, no calão, em Portugal, e que significa: olhar para as garotas), estará a colocar as disciplinas científicas, supostamente mais elevadas e edificantes, ao mesmo nível de um passatempo que apela a instintos mais básicos.



Caricaturas Rafael Bordalo Pinheiro

      Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo.
Historicamente a palavra caricatura vem do italiano caricare (carregar, no sentido de exagerar, aumentar algo em proporção).
A caricatura é a "mãe" do expressionismo, onde o artista desvenda as impressões que a índole e a alma deixaram na face da pessoa.
A distorção e o uso de poucos traços são comuns na caricatura. Diz-se que uma boa caricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoa através do jogo com as formas. É comum sua utilização nas sátiras políticas; às vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinónimo de grotesco (a imaginação do artista é priorizada em relação aos aspectos naturais) ou burlesco.
Retrato de Raphael Bordallo-Pinheiro
Nascimento21 de Março de 1846
LisboaPortugal
Morte23 de Janeiro de 1905 (58 anos)
LisboaPortugal
NacionalidadePortuguês
ProfissãoArtista plástico, jornalista, professor



Capa do primeiro jornal de crítica diário: "A Lanterna Mágica".


Imagem em barro "Zé Povinho"



Eça de Queirós a sociedade 






Realismo




Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais especificamente na França, em reacção ao Romantismo. Entre 1850 e 1880 o movimento cultural, chamado Realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do Neoclassicismo e do Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado. O movimento manifestou-se também na escultura e, principalmente, na arquitectura.



Características

Entende-se por "Realismo Literário" um estilo de escrita que toma a realidade como princípio orientador de criação artística por meio da palavra. Neste sentido, o Realismo pode ser percebido em texto de qualquer época, desde as primeiras manifestações da humanidade até hoje; mas, como movimento relativamente organizado, começou na segunda metade do século XIX, na França, difundindo-se por todos os países da Europa, com oposição declarada, ou não, ao sentimento romântico.
 O pensamento filosófico que exerceu mais influência no surgimento do Realismo foi o Positivismo. Ao contrário do gosto da alta burguesia, interessada no jogo vazio das formas artísticas (a "arte pela arte"), motivou-a uma arte voltada a solução dos problemas sociais, isto é, uma arte "engajada" de "compromissos", que se colocava também contra o tradicionalismo romântico e procurava incorporar os descobrimentos científicos de seu tempo.



Pintura realista 

  

Édouard Manet                               Gustave Courbet


Honoré daumier
















Jean-Baptiste Camille Corot





A fiadeira.     Jean-François Millet

Théodore Rousseau 006.jpg   Théodore Rousseau





Geração 70


Assim se designa o grupo de jovens intelectuais portugueses que, primeiro em Coimbra e depois em Lisboa,manifestaram um descontentamento com o estado da cultura e das instituições nacionais. O grupo fez se notar a partir de 1865, tendo Antero de Quental como figura de proa e de maior profundidade reflexiva, integrando ainda literatos como Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme de Azevedo. Juntos ou, como sucedeu mais tarde, trilhandocaminhos de certa forma divergentes, estes homens marcaram a cultura portuguesa até ao virar do século(se não mesmo até à República), na literatura e na crítica literária, na historiografia, no ensaísmo e napolítica.Os homens da Geração de 70 tiveram possibilidade e, sobretudo, apetência de contacto com acultura mais avançada da Europa como não se via em Portugal desde o tempo da formação de um Garrett ede um Herculano. Puderam, pois, aperceber-se da diferença que havia entre o estado das ciências, dasartes, da filosofia e das próprias formas de organização social no país e em nações como a Inglaterra, aFrança ou a Alemanha. Em consequência, esta juventude cosmopolita nas leituras, liberal e progressistanão se revia nos formalismos estéticos que grassavam nem naquilo que consideravam ser a estagnaçãosocial, institucional, económica e cultural a que assistiam.O seu inconformismo havia de se manifestar emdiversas ocasiões, com repercussões públicas dignas de registo. Em 1865 é despoletada a chamadaQuestão Coimbrã, que opôs o grupo, a pretexto de uma obra literária de mérito discutível, aoultrarromantismo instalado que António Feliciano de Castilho personificava. Travou-se uma acesa polémica,à qual subjaziam grandes diferenças ao nível das referências estéticas mas também ideológicas. O gruporeunir-se-ia depois na capital, formando o Cenáculo, e em 1871 organizou as Conferências Democráticas doCasino Lisbonense, com as quais chamou definitivamente a atenção da sociedade.Nos anos seguintes,embora a atitude de crítica e de intervenção cultural e política se mantivesse, os membros do grupo foram definindo caminhos pessoais independentes, ora dedicando-se mais a umas atividades, ora a outras. Antero suicidou-se em 1891, e dir-se-ia que esse gesto simboliza o destino destes homens a caminho do final do século, em desilusão progressiva com o país e o sentido das suas próprias vidas.