quarta-feira, 12 de março de 2014

Título, Subtítulo e Ação da obra "Os Maias"

Título e subtítulo da obra
Os Maias podemos distinguir dois níveis de acção: a crónica de costumes - acção aberta; e a intriga - acção fechada, que se divide em intriga principal e intriga secundária. São, aliás, estes dois níveis de acção, que justificam a existência de título e subtítulo nesta obra. O título - Os Maias - corresponde à intriga, enquanto que o subtítulo - Episódios da Vida Romântica - corresponde à crónica de costumes.


Ação Secundária
Na intriga secundária temos: a história de Afonso da Maia - época de reacção do Liberalismo ao Absolutismo; a história de Pedro da Maia e Maria Monforte - época de instauração do Liberalismo e consequentes contradições internas; a história da infância e juventude de Carlos da Maia - época de decadência das experiências Liberais.


Ação Principal
A ação principal d' Os Maias, desenvolve-se segundo os moldes da tragédia clássica - peripécia, reconhecimento e catástrofe.

Na intriga principal são retratados os amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda que terminam com a desagregação da família - morte de Afonso e separação de Carlos e Maria Eduarda.

Carlos é o protagonista da intriga principal. Teve uma educação à inglesa e tirou o curso de medicina em Coimbra. A educação de Maria Eduarda foi completamente diferente, donde se conclui que a sua paixão não foi condicionada pela educação, nem pela hereditariedade, nem pelo meio. A sua ligação amorosa foi comandada à distância por uma entidade que se denomina destino.

A peripécia verificou-se com as revelações casuais de Guimarães a Ega sobre a identidade de Maria Eduarda; o reconhecimento, acarretado pelas revelações de Guimarães, torna a relação entre Carlos e Maria Eduarda uma relação incestuosa, provocando a catástrofe consumada pela morte do avô e a separação definitiva dos dois amantes.

Que a intriga era trágica, já o vinham anunciando inúmeros presságios de desgraça.
Pedro da Maia recebeu uma educação à portuguesa com imposição de uma devoção religiosa punitiva, fuga ao contacto directo com a natureza e o mundo prático. Quando Maria Monforte aparece em Lisboa, atrai-o como um íman; o casamento fez-se contra a vontade do pai de Pedro. Quando esta foge com Tancredo, Pedro acaba com a sua vida. O destino desta personagem foi totalmente condicionado pelos factores naturalistas: a hereditariedade - mãe, e educação, ao contrário dos seus filhos, que não são influenciados por estes factores naturalistas.

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